por Ferreira K.P.
Por pouco tempo assisti a uma reportagem de TV, onde um dirigente do alto escalão do MEC concedia um prêmio numa solenidade, a um grupo de profissionais de mídia que escreveu uma cartilha com conteúdos relacionados a homofobia. Na fala do dirigente ele se referiu que o grupo de estudos que elaborava o Kit, demorou quase três meses para decidir sobre o que seria um beijo homossexual de lingua, e brincou dizendo que ficou ainda a dúvida até sobre o tamanho e a profundidade onde a lingua deveria alcançar.
Por pouco tempo assisti a uma reportagem de TV, onde um dirigente do alto escalão do MEC concedia um prêmio numa solenidade, a um grupo de profissionais de mídia que escreveu uma cartilha com conteúdos relacionados a homofobia. Na fala do dirigente ele se referiu que o grupo de estudos que elaborava o Kit, demorou quase três meses para decidir sobre o que seria um beijo homossexual de lingua, e brincou dizendo que ficou ainda a dúvida até sobre o tamanho e a profundidade onde a lingua deveria alcançar.
Este tempo de reportagem foi o suficiente para que eu me sentisse mal. No outro dia, no TWITTER, comentei que achei um absurdo alguém ligado a área de educação, tratar desta forma a questão da homofobia.
As respostas vieram rápido e forte. Acessei alguns Blog´s, e li mais detalhadamente sobre o assunto. Interpretei diversas opiniões e finalmente conculi, que eu havia sido mal (e muito) informado sobre o tema.
É claro que em 140 cacateres não se pode opinar, com tamanha síntese, sobre quase nada. Não sou tão inteligente e criativo assim. Preciso de mais espaço, e por isso aqui o faço agora.
Minha posição sobre o Kit Gay editada pelo MEC é que este tipo de assunto não dev ser jogado sobre os ombros, unicamente do professor, então não me parece justo, que o tema seja uma obrigação somente da escola. Primeiro, porque a escola que temos no Brasil, em geral, é uma escola de péssima qualidade. Conforme os dados da UNESCO-2011, os programas educacionais brasileiros ocupam a vergonhosa 87ª posição, em termos de Qualidade de Programas Educacionais. E não é na America Latina. É no mundo todo. Portanto, este assunto de homofobia não pode, ao meu ver, ser uma atribuição, como eu já disse, somente da escola.
Nossa escola hoje (e faz tempo) se transformou em restaurantes, porque sem merenda, o aluno não comparece. Os conteúdos tem poucos atrativos, os profissionais são mal pagos, e por aí vai. Mas também escrevi em outro artigo neste mesmo espaço, que este estado de penúria não acontece só na educação. Acontece na área da saúde, da segurança e na educação, pois são áreas que não dão retorno financeiro ao Estado, pelo contrário, dão prejuízo.
Assim sendo, retorno ao caso das diferenças, tendo o cuidado para não ferir sentimentos, pois o tema é subjetivo demais, e posso parecer preconceituoso. Mas respeitar diferenças é de suma importância, mas vamos ter que saber quais são estas diferenças e quais são as semelhanças. Por quê? Porque se vamos respeitar as diferenças de todos os indivíduos, então tem-se que aceitar o alcólatra, o viciado em crack, a prostituição, o corrupto, o rebelde sem causa, a marcha pela liberação da maconha, entre tantas diferenças que existem. É claro que cada uma das diferenças envolvem questões éticas, psíquicas, biológicas, de credo, de moral, da sexualidade, de caráter, da personalidade, do vínculo familiar, da questão do afeto, do nível sócio-econômico familiar, e por consequência de ética, da dignidade, entre tantos outros valores.
Aceitar as diferenças é antes de tudo, saber lidar com elas, e mais uma vez repito, que o meu comentário no TWITTER se resumiu, ao absurdo de tratar esta questão da homofobia, através de cartilhas, gastando milhões do dinheiro público, porque aquela família que não tem a estrutura social segura, moradora na região mais pobre economicamente e socialmente marginalizada, sem acesso a cultura e a educação, tende a ver estas diferenças com preconceito, e aí larga o problema para cima da escola.
Aliás, a educação já deveria tratar deste e de outros casos há mais tempo. Mas onde estão os especialistas em educação, efetivamente trabalhando com alunos? onde estão os mestres da pedagogia escondidos em gabinetes de direção de secretarias ou em direção de escolas, que não podem tratar deste e de outros assuntos de total relevância diretamente aos pais e alunos?
O resultado da educação que temos está mostrando o afastamento da maioria das famílias da escola. Se os pais não aparecem na escola, os filhos com cereteza irão seguir seus exemplos.
Foi o que eu quis dizer...