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segunda-feira, 16 de maio de 2011

Eterna e justa choradeira!

Por Ferreira K.P.

              A insatisfação no trabalho não atinge somente professores e profissionais da educação. Mais do se imagina, são inúmeras as categorias profissionais que reclamam de suas precárias condições de trabalho, e de seus baixos salários.
               No Correio Brasiliense de hoje, Igor Silveira escreve sobre as raras possibilidades de alguém querer ser um professor. O curso de licenciatura não atrai mais o público jovem ou de qualquer idade. Ninguém mais quer ser professor. E todos conhecem as condições de trabalho dos professores. Ele tem razão quando mostra o resultado de um levantamento realizado pela Fundação Carlos Chagas onde "somente 2 % dos entrevistados colocam a Pedagogia ou alguma licenciatura", como opção principal no vestibular.
               Falar de baixos salários, condições precárias, falta de equipamento e de pessoal na área administrativa e técnica-científica, enfim, não acontece só com o magistério. Este caos que se instalou na educação brasileira, que pode ser chamado de "apagão educacional", serve muito bem em para as demais profissões, e é um tema que sempre será atual, infelizmente. Polícia Militar, Polícia Civil, profissional da área de Saúde, dos transportes, e tantas outras áreas, possuem os problemas muito parecidos.
               Salienta-se o caos pedagógico pela consequência futura e pela importância que a educação tem, porque ela está presente em todas as áreas. E se ela está presente em todas as outras atividades, o papel do professor é de responsabilidade máxima, e por isso, mais evidente a sua penúria.
               Já foi visto diversos casos de professor virar gari, ou frentista, trabalhar no ramo comercial, etc. Mas isso acontece também com outras profissões.
              O apagão educacional tem tanta representatividade por ser um tema que trata diretamente da formação integral da pessoa. E ela é fundamental na criação e no desenvolvimento dos valores morais do indivíduo. Por isso deveria ser vista de outra forma. Educação não é despesa, mas é sem dúvida, um investimento, tanto para quem aprende, quanto para quem ensina.
                Temos visto os "apagões" generalizados, e o por quê, poucos se dão conta. Falta de uma política adequada e séria para cada um destes setores da sociedade. Alguém ganha fortunas para que a educação não se desenvolva, e isso é uma manobra de políticos, que se fazem valer do poder de decidir sobre os rumos da educação, e por  consequência dominando seu eleitorado que continua alienado e sem conhecimento.
                A maioria dos trabalhadores passa por essa situação. Só tem sucesso quem está ligado diretamente com bens materiais, com riscos e lucros, sem se importar com quem está ao seu lado. Aliás, somente se importa com o outro se for lhe tirar vantagem.
Isso causa na sociedade o fenômeno da ALIENAÇÃO. Ou seja, depender do outro para quase tudo. E junto com a alienação vem a EXPLORAÇÃO, e por aí vai.
               Mas ainda penso que através da educação, e somente através dela, é que poderemos crescer como pessoa e como profissional. Enquanto isso segue minha tarefa (que não é árdua) de ensinar. Árduo é o salário que eu ganho. Quando estou trabalhando procuro esquecer quanto ganho de salário.